Nome: Dedê Ranieri
Lugar: São Bernardo, São Paulo, Brazil

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  • sábado, setembro 19, 2009

    Não consigo dizer não ao palhaço

    O palhaço me aborda num semáforo.
    Vem saltitante e elogioso, com um sorrisão na cara: "ÔÔÔ moça bonita, por cinquenta mil você leva um pirulito!!!". A piada nem tem graça, mas ele é o palhaço e não tem como não rir do palhaço. Em algum lugar do seu hipocampo está registrado que você tem que rir do palhaço. Até quando você sente medo dele. Tem gente que tem medo de palhaço, sabia?, mas ri assim mesmo. Eu me sentiria uma pessoa má, daquelas muito más mesmo, se não risse do palhaço. Imagina não ceder praquele riso largo. Desconfio das pessoas que não devolvem o sorriso cordial. Desconfio das pessoas que não riem do palhaço. Vai ver eu tenho medo de parecer má não rindo do palhaço. Vai ver eu tenho medo que o palhaço me leve a mal. Talvez eu me enquadre na categoria de pessoas que têm medo do palhaço (inspiração aos Clowns de Fellini, caso tivesse nascido naquele tempo). Eu pego a primeira moeda que vejo pela frente e entrego ao palhaço. Ele se inclina num agradecimento todo rebuscado, depois de me oferecer um pirulito em espiral colorido. E eu sigo aliviada por ter me livrado dele. Eu digo não ao juiz sem hesitar. Eu digo não ao promotor sem gaguejar. Mas não consigo dizer não ao palhaço! Sexta passada fui abordada de novo. Ele veio saltitante, elogioso. Sem vontade de comprar o pirulito combinei comigo mesma que diria não. Mas é aquela história. Com um sorriso meio amarelo balancei a cabeça em negativa. Um risinho escapando no canto da boca. Uma negativa sorridente. Porque eu tenho bronca daquelas pessoas que recusam as coisas no semáforo com grosseria. Ficam tão superiores dentro do carro. Mas isso não tem nada a ver com o palhaço. O caso é que eu neguei de leve e ele insistiu, porque o palhaço sabe quando você não está sendo enfática. Ele tinha certeza. Olhei de lado e vi uma moeda de 10 centavos. Eu disse: ihhhh só tenho dez centavos (sim, pessoas, às vezes dirijo com o vidro meio aberto, deixando expostas moedas de dez centavos). O palhaço cantarolou: "contribua com quanto tiver, madame!". Eu dei os dez centavos e fiquei esperando o pirulito. Ele disse: "muito obrigado, madame" e passou para o próximo carro. Espero que depois dessa eu consiga dizer não ao palhaço.

    posted by Dedê Ranieri @ 3:20 AM |


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