Nome: Dedê Ranieri
Lugar: São Bernardo, São Paulo, Brazil

View my complete profile


  • No comments. É isso que dá ter amizade com gente d...
  • Texto produzido no módulo infanto-juvenil da pós-g...
  • YellowMeu primeiro encontro com Maurice aconteceu ...
  • My Baby Just Cares For MeLiz Taylor is not his sty...
  • UMA VEZ DO LADO DE DENTRO DO CÉREBRO, DUVIDE DAS I...
  • Gente (será que ainda tem gente que entra aqui?),e...
  • Ontem foi a divulgação da oficina literária Escrev...
  • Livraria Nobel de São Caetano reúne escritoresO Nú...
  • "À meia-noite já voavam alto por uma praia de pedr...
  • Antes eu tentava explicar, mas não conseguia. Entã...



  • novembro 2005
  • dezembro 2005
  • janeiro 2006
  • fevereiro 2006
  • março 2006
  • abril 2006
  • maio 2006
  • junho 2006
  • julho 2006
  • agosto 2006
  • setembro 2006
  • outubro 2006
  • novembro 2006
  • dezembro 2006
  • janeiro 2007
  • fevereiro 2007
  • março 2007
  • abril 2007
  • maio 2007
  • junho 2007
  • julho 2007
  • agosto 2007
  • setembro 2007
  • outubro 2007
  • novembro 2007
  • dezembro 2007
  • janeiro 2008
  • fevereiro 2008
  • abril 2008
  • julho 2008
  • agosto 2008
  • setembro 2008
  • outubro 2008
  • novembro 2008
  • maio 2009
  • setembro 2009
  • outubro 2009
  • novembro 2009
  • fevereiro 2010
  • março 2010
  • abril 2010
  • maio 2010
  • junho 2010
  • outubro 2010
  • Current Posts



  • Liubliu
  • Gravataí Merengue
  • Cartas de Maracangalha
  • Brenda Walsh
  • Menina com uma Flor
  • Será que funciona?
  • Um blog como outro qualquer
    mais diferente





  • terça-feira, agosto 22, 2006

    Eu pago para apanhar. E pago caro. E adoro! Pelo menos duas vezes por semana eu apanho dela, Adriana Tartaro. E a cada dia fico mais feliz com o resultado. Ela diz que é massoterapia, uma espécie de massagem com finalidade terapêutica, anti-estresse, estética, e tais. Eu acho que são golpes das artes marciais que ela só pode ter aprendido com o Mestre Pai Mei, nos intervalos das gravações de Kill Bill. Ela diz que não, e disfarça me besuntando de creme de chocolate, entre um golpe e outro. Seja lá o que for, eu recomendo a minha carrasca.

    posted by Dedê Ranieri @ 10:34 PM |


    sexta-feira, agosto 04, 2006

    A pessoa é para o que nasce
    Meu primeiro teste de orientação vocacional aconteceu por acaso. Claro que só fui descobrir isso muito tempo depois, quando meus pais já tinham desembolsado alguns consideráveis Cruzados (Cz$!) para saber o óbvio: que eu era uma advogada de nascença. Não que eu fosse uma petiz chatinha ou rabugenta ou prolixa, nada disso. Foi um fato específico que revelou todo o meu talento para a advocacia, e isso quando eu tinha apenas onze anos de idade. Foi num final de ano letivo. O melhor ano letivo, diga-se de passagem, desde que eu começara a frequentar os bancos escolares. O ano em que estava e-n-a-m-o-r-a-d-í-s-s-i-m-a pelo menino mais bonito e popular do Colégio Metodista. E repetente também. Ele era o mais repetente do colégio, o que lhe conferia um charme ainda maior, e consequentemente aumentava a concorrência. Mas o fato de estar enamorada pelo disputadíssimo James Dean tupiniquim seria irrelevante para essa história, não fosse a notícia avassaladora da reciprocidade. Notícia que se espalhou durante os vinte minutos de recreio de uma sexta-feira, e deixou todos mais impávidos que Muhammad Ali. Por que ela? Era a pergunta que mais se ouvia entre as preteridas. Pergunta que meu otimismo desmedido nunca me permitiu fazer, mesmo ciente de que no implacável resultado oficial Quesito Beleza da 5ª Série C, eu tinha sido classificada no nível intermediário com nota 8,5 (resultado esse que sempre questionei em virtude do 0,5). Mas eu tinha sido a escolhida e ponto. E enquanto alguns tentavam encontrar a resposta, outros levantavam uma questão ainda mais importante. O beijo! Quando seria o beijo, aonde, selinho ou de língua? Porque um beijo nessa época só não dava mais ibope que briga na saída. Ou melhor, acho que dava empate. Foi então que decidi adiar o beijo, para decepção da platéia prestes a entrar de férias. Mas é claro que eu tinha outros planos, e o beijo não seria adiado para o ano seguinte. Montei então minha primeira estratégia radical, que alguns maldosos insistem até hoje em chamar de mentira deslavada. Disse para minha mãe que faltava saber o resultado da prova de geografia, o que era verdade. Apenas omiti o fato de que, independentemente da nota, eu já estava aprovada. Uma omissão inocente, que me permitiu frequentar a escola com o grupo da recuperação por mais alguns dias, grupo esse em que naturalmente se incluía meu pretê. Foi então numa agradável tarde de novembro, acompanhados de alguns amigos mais íntimos, que aconteceu o tão esperado enlace, debaixo de uma árvore gigantesca e histórica no trecho do campus entre a biblioteca e o Salão Nobre. Mas o que ninguém esperava era que o guarda da portaria também compartilhava de momento tão sublime, e que o carrasco levaria "preso" o casal protagonista de tão linda história de amor. E no encalço, por livre e espontânea curiosidade, toda a trupe que acompanhava a cerimônia. Eu me beliscava, e só conseguia ficar ainda mais roxa de tanta vergonha. Não era um pesadelo. Era pior. Ele queria o telefone da minha mãe. Ela teria que me buscar e ainda por cima assinar um documento. Na frente do meu par romântico. Dos meus amigos. As vozes se misturavam. O céu azul rodava. Os muy amigos vibravam. Era sem dúvida nenhuma melhor que qualquer briga na saída. Para eles, é claro. Mas quando tudo parecia perdido, e todos esperavam um desmaio ou no mínimo uma choradeira, pedi uma caneta e anotei no papel do guarda o que ele havia pedido: nome e telefone. Estiquei o braço confiante e o guarda discou. Pediu para que minha mãe viesse me buscar pessoalmente na portaria, senão teria que me despachar para a diretora. Em menos de meia-hora estacionava um monza cinza, de onde saiu uma morena de vinte e poucos anos, para quem eu corri de braços abertos e olhos fixos, dizendo baixinho: "Mamãe, mamãeee". Sem dizer palavra e me fuzilando com os olhos, minha irmã mais velha passou pisando duro entre o que já se tornara uma multidão de curiosos-maldosos-mirins, trocou umas palavras com o guarda, e praticou seu primeiro (e creio último) crime de falsidade ideológica em minha homenagem. Saiu me puxando pela camiseta do RPM em direção ao carro da empresa, onde um motorista loiro, que teria bem se passado pelo meu pai, nos esperava. Minha irmã foi o caminho inteiro em silêncio, mas manteve nosso pacto até o fim. E o fim foi a língua solta da minha prima-colega-de-classe-Alessandra que contou para minha tia Marli, que contou para Dona Olga, minha mãe original .... e aí foi um Deus-nos-acuda. O meu castigo foi algo que minha memória seletiva não permite lembrar. Mas mesmo assim valeu a pena, pois no ano seguinte fui recebida com status de celebridade no colégio. E anos mais tarde, ingressei na faculdade com a certeza da minha verdadeira vocação.

    posted by Dedê Ranieri @ 1:32 AM |


    quinta-feira, agosto 03, 2006

    De utilidade pública
    Se o excesso de atividades da vida moderna não permite que você leia os grandes clássicos, este eficiente resumo que anda circulando pela net pode ser a sua salvação.
    1) Leon Tolstoi: Guerra e Paz. Paris, Ed. Chartreuse. 1200 páginas. Resumo: Um rapaz não quer ir à guerra por estar apaixonado e por isso Napoleão invade Moscou. A mocinha casa-se com outro. Fim.
    2) Marcel Proust: À La recherche du temps perdu. (Em Busca do Tempo Perdido). Paris, Gallimard, 1922. 1600 páginas. Resumo: Um rapaz asmático sofre de insônia porque a mãe não lhe dá um beijinho de boa-noite. No dia seguinte (pág. 486. vol. I), come um bolo e escreve um livro. Nessa noite (pág.1344, vol.VI) tem um ataque de asma porque a namorada (ou namorado?) se recusa a dar-lhe uns beijinhos. Tudo termina num baile (vol. VII) onde estão todos muito velhinhos - e pronto. Fim.
    3) Luís de Camões: Os Lusíadas. Editora Lusitania. Resumo: Um poeta com insônia decide encher o saco do rei e contar-lhe uma história de marinheiros que, depois de alguns problemas (logo resolvidos por uma deusa super-gente-fina), ganham a maior boa vida numa ilha cheia de mulheres gostosas. Fim.
    4) Gustave Flaubert: Madame Bovary. 778 páginas. Resumo: Uma dona de casa mete o chifre no marido e transa com o padeiro, o leiteiro, o carteiro, o homem do boteco, o dono da mercearia e um vizinho cheio da grana. Depois entra em depressão, envenena-se e morre. Fim.
    5) William Shakespeare: Romeo and Juliet. Londres, Oxford Press. Resumo: Dois adolescentes doidinhos se apaixonam, mas as famílias proíbem o namoro, as duas turmas saem na porrada, uma briga danada, muita gente se machuca. Então um padre tem uma idéia idiota e os dois morrem depois de beber veneno, pensando que era sonífero. Fim.
    6) William Shakespeare: Hamlet. Londres, Oxford Press. Resumo: Um príncipe com insônia passeia pelas muralhas do castelo, quando o fantasma do pai lhe diz que foi morto pelo tio que dorme com a mãe, cujo homem de confiança é o pai da namorada, que entretanto comete suicídio ao saber que o príncipe matou o seu pai para se vingar do tio que tinha matado o pai do seu namorado e dormia com a mãe. O príncipe mata o tio que dorme com a mãe, depois de falar com uma caveira e morre assassinado pelo irmão da namorada, a mesma que era doida e que tinha se suicidado. Fim.
    7) Sófocles: "Édipo-Rei" - tragédia grega. Várias edições. Resumo: Maluco tira uma onda, não ouve o que um ceguinho lhe diz e acaba matando o pai, comendo a mãe e furando os olhos. Por conta disso, séculos depois, surge a psicanálise que, enquanto mostra que você vai pelo mesmo caminho, lhe arranca os olhos da cara em cada consulta. Fim.
    8) William Shakespeare: Othelo. Resumo: Um rei otário, tremendo zé-ruela, tem um amigo muito fdp que só pensa em fazê-lo de bobo. O tal "amigo" não ganha um cargo no governo e resolve se vingar do rei, convencendo-o de que a rainha está dando pra outro. O zé-mané acredita e mata a rainha. Depois, descobre que não era corno, mas apenas muito burro por ter acreditado no traíra. Prende o cara e fica chorando sozinho. Fim.
    Pronto! Você economizou a leitura de pelo menos 7.000 páginas e R$ 500,00 em livros.

    posted by Dedê Ranieri @ 8:23 PM |