Nome: Dedê Ranieri
Lugar: São Bernardo, São Paulo, Brazil

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  • segunda-feira, março 27, 2006


    (sobre mentes criativas)
    "A mente verdadeiramente criativa em qualquer campo não é mais que isto: uma criatura humana nascida anormalmente, inumanamente sensível. Para ele... um toque é uma pancada, um som é um ruído, um infortúnio é uma tragédia, uma alegria é um extase, um amigo é um amante, um amante é um deus e o fracasso é a morte. Adicione-se a este organismo cruelmente delicado a subjugante necessidade de criar, criar, criar - de tal forma que sem a criação de música ou poesia ou literatura ou edifícios ou algo com significado, a sua respiração é--lhe cortada. Ele tem que criar, deve derramar criação. Por qualquer estranha e desconhecida urgência interior, não está realmente vivo a menos que esteja criando." (Pearl Buck)

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    posted by Dedê Ranieri @ 11:11 PM |


    sábado, março 25, 2006


    Zonas erógenas fora do corpo
    Todo mundo sabe que as zonas erógenas são aquelas partes do corpo que causam excitação sexual (principalmente o público que frequenta o meu blog!). Mas esses dias eu estava pensando nas coisas que me deixam excitadíssima sem qualquer conotação sexual (sério, elas existem!). E uma dessas coisas se chama Livraria (com L maiúsculo).
    Eu senti isso muito forte na última quinta-feira, quando fui até o Fórum Trabalhista da Barra Funda exercer o meu ofício. Enquanto esperava uma audiência que estava pelo menos duas horas atrasada, resolvi dar uma volta, quase deprimida, afinal, (pasmem!) o elefante branco do Lalau não tem sequer uma lanchonete. Enquanto eu pensava se parava nos Correios ou na sala da OAB (únicas opções de "lazer" naquele prédio), resolvi radicalizar e sair para a rua.
    Foi quando eu vi do outro lado da calçada uma livraria giganta e linda, com café e tudo (a Disal), e fiquei arrepiada do dedinho do pé até o último fio de cabelo loiro. Praticamente nem esperei o sinal de pedestres ficar verde, e avancei para a pista com os carros ainda em movimento. Eu mal podia esperar! Pão de queijo e livros. Orgasmos gastronômicos e intelectuais me esperavam do outro lado da rua, múltiplos.
    Por uma questão de privacidade, não vou revelar o que aconteceu lá dentro, mas posso dizer que não só foi uma das minhas melhores experiências, como saí de lá com "O colar de veludo". Presente do meu novo amigo Alexandre Dumas. Um luxo!

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    posted by Dedê Ranieri @ 2:19 PM |


    quinta-feira, março 23, 2006

    Não culpem a cor dos meus cabelos

    essas mechas louras são fruto de algumas preciosas horas na Valéria Fashion Hair (o fashion hair por minha conta). Definitivamente, não levo em consideração aquele tipo de comentário que todo mundo já conhece.... mas as pessoas insistem em encontrar essa explicação simples para qualquer deslize que você dá (in casu, eu!).


    Tudo bem, o fato de eu ser esta persona um tanto quanto desligada, contribui para a consolidação de certos estigmas, mas por outro lado faz a alegria dos meus amigos.

    Se o saldo é positivo, pra que mudar? Retoco a minha loirice no sábado. Byee!


    posted by Dedê Ranieri @ 6:32 PM |


    domingo, março 19, 2006

    (...)
    Nora acompanhava os passos apressados de Tia Dora, que entrou no quarto e trancou a porta. Revirou uma caixinha em cima do criado-mudo e tirou uma chave bem pequena. Nora observava atenta a movimentação pelo closet, e ficou curiosa ao ver a tia com uma caixa maior, idêntica à outra, sentar-se ao seu lado na cama.
    - Querida, não quero decepcioná-la tão cedo, mas preciso dizer uma coisa. Garanto que vai se sentir melhor – disse em tom complacente. Nora não entendeu, mas balançou a cabeça para que prosseguisse.
    - Vou dizer a você que todos os homens traem – Tia Dora estava sorridente, um sorriso triunfante de quem domina o assunto que virá a seguir.
    A sobrinha não disse nada. É como se a tia soubesse de tudo o que descobrira e guardara durante dias. Sentia o rosto queimar de vergonha por não ter contado antes. A tia continuou a idéia:
    - A única diferença entre eles é a forma de pedir perdão – Enquanto falava, Tia Dora abriu a caixa e lá dentro reluzia um pingente em forma de coração, pendurado num cordão de ouro branco. Era uma jóia de diamantes, que a etiqueta Tiffany & Co denunciava nunca ter saído dali.
    - Não perca tempo procurando um homem fiel, mas preste atenção naquele que melhor saiba lhe pedir perdão – Tia Dora exibia o que parecia ser um dos segredos da sobrevivência de um casamento de tantos anos, enquanto Nora pensava que tinha muito a aprender com os mais velhos.
    (...)

    posted by Dedê Ranieri @ 2:00 AM |


    domingo, março 12, 2006


    Eu e o terrorista do onze de setembro

    Zacarias Moussaoui é um francês descendente de marroquino, envolvido nos ataques do 11 de Setembro. Foi o único acusado oficialmente pela conspiração que deixou "na chon" o WTC, e o único que admitiu culpa no cartório. No Estado de São Paulo da semana passada, saiu numa nota que a confissão do terrorista era uma estratégia suicida, já que no estado norte-americano em que vai ser julgado adota-se a pena de morte. O que chamou minha atenção na reportagem foi que o franco-marroquino só despertou suspeitas na época da intensa "caça às bruxas", porque estava com o visto no seu passaporte vencido. Para um fundamentalista que se propõe a tudo em nome de Alá, me pareceu, no mínimo, uma puta heresia o sujeito ser pego por uma simples distração operacional.
    ................................

    D. Ranieri é uma brasileira descendente de afro-ítalo-português, envolvida com sua vida de advogada na (quase) pacata cidade de São Bernardo do Campo (São Paulo/Brasil). Não conhece nenhum terrorista (pelo menos nenhum que se apresente como tal), e no máximo já se comportou como uma verdadeira radical xiita quando alguma sirigaita, digamos assim, se engraçou com o seu namorado. Os ataques nunca passaram de verbais, portanto, nunca será acusada de qualquer conspiração daquele porte da turma do Sir Osama Bin Laden (Ah, a propósito, a D. Ranieri sou eu!).
    ................................

    D. Ranieri e Moussaoui, até onde se sabe, não têm nada em comum (abstraia qualquer origem religiosa ou divagação filosófica). Cada qual vive num canto do globo, com vidas e propósitos diferentes. Ele com certeza nunca se sentou numa cadeira de praia na sacada da Gabriel de Souza para admirar a casa de bonecas do vizinho, e ela, por outro lado, jamais se matriculou numa escola de vôo com o propósito de atingir um prédio (ou qualquer outro propósito, porque nunca se matriculou numa escola de vôo). Ocorre que, depois de ler a reportagem, chamou a atenção de D. Ranieri (que seria eu) o fato de Moussaoui ter esquecido de renovar o visto e por essa razão ser descoberto, o que arruinou todo seu projeto de vida (ou morte?!). É que Ranieri vive esquecendo as coisas, ou melhor, deixando para depois, assim como o terrorista trapalhão, e de certa forma saber disso a deixou num estado que poderia ser descrito entre confortada e desesperada. Confortada por saber que seja aonde for (e para o quê for), ela não será a única a deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Mas desesperada em pensar que é difícil mudar um comportamento, e que certas atitudes podem ser auto-destrutivas por toda a vida. Mas com o que D. Ranieri anda intrigada mesmo, e pesquisando sem parar, é com a hora e data de nascimento do fundamentalista. Vai encomendar um mapa-astral. Porque se descobrir algumas características em comum com o seu próprio mapa, e que o perfil de cada ser tem origem no alinhamento dos planetas e em toda essa complexa teoria astrológica, ela desiste de tentar mudar. Afinal, quem pode contra as leis do universo?

    posted by Dedê Ranieri @ 6:57 PM |




    (surrupiado do Gravataí Merengue - LiuBliu - c/ garantia de direitos autorais)

    "".:: 2.043 ::.
    Juntos há mais de quarenta anos. Alguns ruins, outros tantos para lá de bons. O entusiasmo do começo foi embora. Já não bebemos tanto juntos e nem sentimos aquela urgência em arrancar nossas roupas toda noite. O sexo é bem pouco, mas o erotismo não. Acredita que ele continua comprando girassóis para mim? Sempre escolhe os maiores, quase comestíveis. E eu adoro, acho muito sexy. Passamos cada vez mais tempo juntos e conversamos muito. Às vezes, ele fala em um tom acima do necessário. Tudo bem. Eu já entendi que para cada assunto, ele sustenta uma tese própria. E discorre sobre o tema como alguém que realmente sabe do que se trata (mesmo quando não tem nem uma leve idéia). Eu gosto de vê-lo tomar banho e ele me agrada cantarolando aquela música que eu sempre gostei. Depois, nós rimos muito. Se ele for embora, acho que ensurdeço para não morrer. Não suportaria ouvir a porta se fechando.""

    posted by Dedê Ranieri @ 4:48 PM |


    quinta-feira, março 09, 2006


    O Polvilho

    Às vesperas de completar quinze anos, ela foi levada pela irmã mais velha para passar uma temporada na praia. A vontade de ganhar aquele bronzeado sob o sol de 40 graus, resultou numa ensolação que antecipou sua volta para casa. Diante da pele vermelha, por onde passava os comentários não variavam, "Nossa, que pimentão!", "Ai, deve estar ardendo muito!", e na seqüência vinha toda sorte de aconselhamento para curar o excesso de sol, da medicina tradicional ao curandeirismo, que ela fingia anotar de cabeça. Foi quando o falecido Roberto Leme, um homem que considerava muito culto e seguro de si, a encontrou na rua, e comovido pelo que um dia poderia ter sido um bronzeado, sugeriu um antídoto do tipo "tiro e queda". Muito atencioso, explicou a ela que besuntando o corpo com polvilho, no dia seguinte já não sentiria mais nada. Foi a única dica que ela guardou de verdade, e correu ao supermercado para comprar o bálsamo para sua pele. Dirigiu-se à gôndola indicada, pegou dois pacotes do produto, e excepcionalmente foi direto ao caixa. Na fila, não conseguiu escapar daquilo que já lhe parecia um mantra, "Nossa, que pimentão!", "Deve estar ardendo muito!", entoado pelo rechonchudo dono do supermercado. Para não prolongar o assunto e evitar a tríplice "foi pra praia?/tava sol?/não passou protetor solar?", foi logo adiantando "Amanhã vou estar melhor", e exibindo os pacotes completou "Por isso vim buscar polvilho. É só passar na pele depois do banho, e acordar novinha em folha!". A essas alturas o comerciante a examinava desconfiado. "Biscoito de polvilho, mas que raio de receita é essa?". Ela repetiu a dica salvadora de Roberto Leme, enquanto o gorducho segurava um riso no canto da boca. "Menina, não seria polvilho em pó, daqueles para fazer pão de queijo?". Por uma fração de segundos tudo pareceu se encaixar, e ela sentiu que só não ficava mais vermelha porque seu rosto já estava na máxima tonalidade. Bem que tinha pensado em como seria dolorido esfregar no corpo aquele farelo de biscoito, mas era a única forma de polvilho que conhecia. Contudo, não podia sucumbir diante daquele homem que estava na eminência de espalhar para todo o bairro que ela, com seus quase quinze anos, não sabia o que era polvilho. Foi então que pensou numa estratégia para disfarçar o desconhecimento do pó branco, e inventou que a receita era aquela mesmo, só tinha esquecido do hidratante. Isso, a receita infalível era bater no liqüidificador o biscoito com creme hidratante, e antes que o seu carrasco levantasse mais alguma questão sobre assunto, correu para o corredor de cosméticos.

    posted by Dedê Ranieri @ 11:51 PM |