Eu e o terrorista do onze de setembro Zacarias Moussaoui é um francês descendente de marroquino, envolvido nos ataques do 11 de Setembro. Foi o único acusado oficialmente pela conspiração que deixou "na chon" o WTC, e o único que admitiu culpa no cartório. No Estado de São Paulo da semana passada, saiu numa nota que a confissão do terrorista era uma estratégia suicida, já que no estado norte-americano em que vai ser julgado adota-se a pena de morte. O que chamou minha atenção na reportagem foi que o franco-marroquino só despertou suspeitas na época da intensa "caça às bruxas", porque estava com o visto no seu passaporte vencido. Para um fundamentalista que se propõe a tudo em nome de Alá, me pareceu, no mínimo, uma puta heresia o sujeito ser pego por uma simples distração operacional. ................................
D. Ranieri é uma brasileira descendente de afro-ítalo-português, envolvida com sua vida de advogada na (quase) pacata cidade de São Bernardo do Campo (São Paulo/Brasil). Não conhece nenhum terrorista (pelo menos nenhum que se apresente como tal), e no máximo já se comportou como uma verdadeira radical xiita quando alguma sirigaita, digamos assim, se engraçou com o seu namorado. Os ataques nunca passaram de verbais, portanto, nunca será acusada de qualquer conspiração daquele porte da turma do Sir Osama Bin Laden (Ah, a propósito, a D. Ranieri sou eu!). ................................
D. Ranieri e Moussaoui, até onde se sabe, não têm nada em comum (abstraia qualquer origem religiosa ou divagação filosófica). Cada qual vive num canto do globo, com vidas e propósitos diferentes. Ele com certeza nunca se sentou numa cadeira de praia na sacada da Gabriel de Souza para admirar a casa de bonecas do vizinho, e ela, por outro lado, jamais se matriculou numa escola de vôo com o propósito de atingir um prédio (ou qualquer outro propósito, porque nunca se matriculou numa escola de vôo). Ocorre que, depois de ler a reportagem, chamou a atenção de D. Ranieri (que seria eu) o fato de Moussaoui ter esquecido de renovar o visto e por essa razão ser descoberto, o que arruinou todo seu projeto de vida (ou morte?!). É que Ranieri vive esquecendo as coisas, ou melhor, deixando para depois, assim como o terrorista trapalhão, e de certa forma saber disso a deixou num estado que poderia ser descrito entre confortada e desesperada. Confortada por saber que seja aonde for (e para o quê for), ela não será a única a deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Mas desesperada em pensar que é difícil mudar um comportamento, e que certas atitudes podem ser auto-destrutivas por toda a vida. Mas com o que D. Ranieri anda intrigada mesmo, e pesquisando sem parar, é com a hora e data de nascimento do fundamentalista. Vai encomendar um mapa-astral. Porque se descobrir algumas características em comum com o seu próprio mapa, e que o perfil de cada ser tem origem no alinhamento dos planetas e em toda essa complexa teoria astrológica, ela desiste de tentar mudar. Afinal, quem pode contra as leis do universo?
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