Nome: Dedê Ranieri
Lugar: São Bernardo, São Paulo, Brazil

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  • quinta-feira, julho 31, 2008

    A desbocada e o Lord

    - Amorê, a boca da Dercy não parece uma xoxota depois do parto?
    - Não sei, linda, nunca vi uma xoxota depois do parto...
    - O quê, nunca viu aquelas filmagens de parto?
    - Já! É que geralmente depois do parto eles seguem filmando a criança...

    posted by Dedê Ranieri @ 3:45 AM |


    terça-feira, julho 15, 2008

    posted by Dedê Ranieri @ 6:14 PM |




    Ele tem cara de bom moço, ar aristocrático e um sorriso mais indecifrável que o da Mona Lisa. Ele enlouquece as avós, mães e tias com seu estilo Maurício Loureiro Gama, o apresentador de telejornal mais galã que a tevê brasileira já viu. Ele só usa camisetas amarelas (quando veste outras cores é porque as amarelas estão pra lavar). Ele chegou pra desbancar Olivier Anquier, Jun Sakamoto e aquele outro japonês famoso que inventou o Pão com Bolinho. Ele nunca me levou ao cinema, mas me leva pra almoçar com o Padre Quevedo e jogar boomerang (não com o padre). Ele dá dicas preciosas e que podem salvar a minha vida, não sei como pude (sobre)viver até hoje sem saber como me livrar de um ataque de tubarão - "basta dar um soco no nariz dele" (ele diria no nariz, não nas guelras! como se eu soubesse o que são guelras). Ele me ensina sobre desvio padrão às quatro da manhã, com muito vinho na cabeça e sem perder a linha de raciocínio. Ele sabe o que é quiromancia, empirismo e páprica. Ele sabe cantar duas músicas do Roberto. Ele sabe mais da vida cotidiana dos Simpsons -e toda Springfield- que o Matt Groening. Ele dirige de um jeito esquisito, mas eu nunca comentei nada. Ele é o meu domingão de sol. Segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado também.

    posted by Dedê Ranieri @ 1:56 AM |


    sexta-feira, julho 11, 2008

    (Post idoso)

    Você assiste ao telejornal. O âncora chama a matéria, entra o repórter e você pensa "Nossa, que novinho!". Podia muito bem ser aquele seu priminho, recém formado jornalista. Deve ter entrado cedo na faculdade, você continua pensando, até entrar a matéria e o repórter novinho entrevistar algum especialista novinho. Agora virou idéia fixa, você não consegue parar de pensar que tem novinho pra todo lado, não é possível um menino daquele ser PhD em negócios e finanças internacionais, professor de MBA do Ibmec, o caralho a quatro. Não. Definivamente erraram na legenda. Os caras vivem errando na legenda. Mas a matéria acaba e você continua com aquela sensação de que tem algo errado acontecendo com o mundo.

    ...

    Depois da sensação de que algo errado acontece com o mundo, vem a certeza. Passemos aos fatos. A sua cunhadinha predileta (no caso, a minha) completou vinte anos no último dia nove, e se minha HP não falha (nunca falha), ela nasceu em 1988, junto com a Constituição Federal e uns meses depois da comemoração do meu aniversário de onze. Pior. Enquanto eu integrava o movimento dos caras-pintadas (1992), e cometia a maior transgressão da minha vida (caminhar a pé da Metodista até o Paço Municipal de S.B.C), ela estava na janela do apartamento vendo o movimento passar, detalhe: tomando mamadeira no colo da mãe dela! Kid Salmonella, caso eu consiga superar esse desaforo, estarei presente na sua comemoração amanhã, happy birthday again!

    posted by Dedê Ranieri @ 4:03 PM |


    quinta-feira, julho 10, 2008

    Tio Nivaldo non sense

    Pagar mico não é prerrogativa minha. Ser distraída também não. Quem conhece o meu tio Nivaldo sabe do que estou falando. Aliás, tio Nivaldo ajuda a explicar muito das minhas origens.
    Irmão mais velho do meu pai, tio Nivaldo mora no interior de São Paulo, é o baiano tipo gente boa (pleonasmo?), sempre disposto a ajudar as pessoas, seja com uma palavra seja colocando a mão na massa mesmo.
    Mas como já dizia minha falecida avó, que de boas intenções o inferno está cheio, tio Nivaldo certamente tem grandes chances de já ter seu puxadinho reservado lá embaixo com aquele que me recuso a dizer o nome (cruzcredo!), tudo fruto de suas boas intenções.
    Veja você.
    Certa vez, quando eu ainda era criança, o vizinho do meu tio cometeu suicídio. Uma notícia trágica, mais ainda porque o vizinho tinha uma filha quase da minha idade, brincávamos juntas nas férias, o que na época me deixou ainda mais impressionada.
    Logo que o incidente foi confirmado, apresentou-se um impasse na vizinhança: quem buscaria a menina na escola e contaria o motivo da saída repentina no meio da aula?
    No corre-corre, meu tio Nivaldo apressou-se em ajudar, ficando decidido que ele buscaria a garota, mas não daria a triste notícia, isso ficaria a cargo da família.
    Meus primos, que conhecem muito bem meu tio Nivaldo, desde que nasceram, não cansavam de recomendar ao pai que era apenas para buscar a menina, sem adiantar nada sobre o ocorrido. Repetiram muitas vezes, ao ponto de meu tio Nivaldo ficar irritado, perguntando, inclusive, se pensavam que ele era bobo.
    Foi-se então meu tio, incumbido da tarefa de buscar a filha do vizinho morto.
    No caminho, desconfiada, a garota perguntava o motivo daquela situação que nunca se dera antes. Mas meu tio contornava bem o assunto, dando respostas evasivas.
    Quando chegaram em frente à casa de luto, meu tio Nivaldo, que cumprira sua missão de forma brilhante até aquele momento, ao despedir-se da menina exorbitou de sua função e disparou: "Meire, quantos anos seu pai tinha mesmo?".

    posted by Dedê Ranieri @ 10:52 PM |


    terça-feira, julho 08, 2008

    Hay que endurecer

    Tarcísio escolheu o quarto e pendurou a moldura na parede ao lado da porta de entrada.

    Era uma imagem de Che Guevara, aquela clássica com a boina e a célebre frase riscando a foto: Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás.

    Ela tinha que admitir, ele tinha método. Eram amantes desde 1991, e por mais que Tarcísio mudasse o local dos encontros, lá se ia o quadro do guerrilheiro atrás, como se fora parte inseparável dele.

    Lúcia não aguentava mais olhar para aquela imagem. Não pela presença constante do contemplativo Che nos seus momentos de intimidade, mas por ter para si que aquilo não possuía significado algum para Tarcísio.

    Nunca fora revolucionário. Ao contrário. Passivo lhe cairia muito bem de sobrenome. Tampouco fazia o tipo burguês que se orgulha em abraçar alguma causa social, a fim de eximir-se da velha culpa cristã.

    Não eram poucas as vezes em que Lúcia perdia a vontade de cumprir suas obrigações extra-matrimoniais com Tarcísio. Era abrir os olhos e deparar com o guerrilheiro La Serna à sua frente, a boina esgarçada, a frase já batida pelo uso popular, que perdia toda a concentração indispensável para o momento.

    Não pensava dessas coisas que dizem pensar as mulheres quando perdem a vontade em seu homem - pintura descascando no teto, por exemplo. Pensava assuntos que a faziam não apenas desviar a atenção do ato, como sentir raiva. De si própria. De Tarcísio. E principalmente do velho comunista na parede. Aonde ele estaria caso vivesse hoje? Que cargo ocuparia em algum governo? Teria seu nome envolvido em escândalos? Desfrutaria de honrarias concedidas, indistintamente, a idealistas e arruaceiros? Defenderia os atos de violência de guerrilhas armadas revolucionárias? Por certo...

    Tudo isso Lúcia se perguntava enquanto suportava o peso de Tarcísio naquele ritmo cada vez mais frenético. Ao contrário do que reclamavam as amigas, que com o tempo o homem perde o interesse, com Tarcísio ocorria o inverso. Há anos parecia ter adquirido o vigor de um garoto recém chegado à puberdade.

    Já admitira a si própria que não aguentava mais aquela situação. Ensaiava a forma de dizer isso a ele. Na hora H desistia e cedia ao seu desejo que só aumentava a cada dia. Estaria sua esposa desconfiada e se negando a cumprir as funções do matrimônio? Alguma razão teria para Tarcísio vir cada vez mais sedento de amor.

    No começo se divertia, agora não suportava a idéia de ter que se submeter àquele homem que queria aproveitar cada minuto do tempo que tinham juntos de maneira tão mecânica, sob o olhar malicioso de um comuna que só não se deixara corromper porque morreu antes de reconhecer que os ideais sucumbem, invariavelmente, diante de uma boa proposta.

    Depois imaginava o que seria de Tarcísio sem ela. O costume dos anos. Ele à mercê da esposa sempre doente, torcendo o nariz para algum carinho mais íntimo. Dos filhos que nem ligavam mais para ele. Preferia que viesse vê-la apenas para conversar, abrir um bom vinho na sacada, falar sobre filmes. Mas não conseguia dizer.

    Foi então que um dia chegou antes ao quarto da pensão, decidida.

    Contaria que sua presença ali nos últimos anos tornara-se mais um hábito que um desejo de aventura, como no passado. Procurou na gaveta papel e caneta para organizar as idéias do discurso. Seria objetivo, racional. Não queria uma cena de novela mexicana.

    Ao remexer a gaveta encontrou o que não procurava. Corou as bochechas, o coração quase explodindo. Repassou mentalmente, em segundos, os últimos anos. A freqüência maior com que ele vinha visitá-la. Os encontros que se limitavam ao quarto, há quanto tempo, meu Deus? Lúcia mudou os planos.

    Sacou da bolsa um batom vermelho e na ponta dos pés alcançou o retrato do velho companheiro de aventuras amorosas. Ninguém melhor do que ele para transmitir o recado a Tarcísio, pensou, aproveitando para sobrescrever na célebre frase, que enfim ganhara alguma utilidade: Hay que endurecer, pero sin tomar essas malditas pílulas azuis!

    Era o motivo que precisava. Bateu a porta aliviada e partiu.

    posted by Dedê Ranieri @ 3:09 PM |