Nome: Dedê Ranieri
Lugar: São Bernardo, São Paulo, Brazil

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  • terça-feira, setembro 23, 2008

    (( Numa quinta à noite, sem mais nem porquês, eles [1] me surpreenderam com a notícia: Você é uma mundana! Assim mesmo, à queima-roupa. Não que eu já não desconfiasse. Ao contrário. Sempre disseram que eu tinha alguma coisa assim, digamos, diferente, até Dona Olga, minha mãe. Mas saber que aquilo não era doença grave ou sem cura, me deixou bem aliviada. Existia um nome. E existiam outros. Muitos outros. Espalhados aí pelo mundo. E alguém teve a brilhante idéia de reunir essa gente. E entre eles eu passei a me sentir em casa. É aqui que eles se encontram: MundoMundano, "o mais sonhado e distinto portal dos últimos tempos"! ))

    [1] Fábio Iwai e Camila Briganti, Os caras!

    Das desgraças que Dercy não viveu ou Sobre bombons de licor, listerine e tabaco (publicado na MundoMundano, 18/09/2008)

    Definitivamente estão empenhados em acabar com o discreto charme da boemia, a confraternização entre amigos nos botecos (pés-sujos ou não), e até mesmo com aquele clima que favorece o início de novos relacionamentos amorosos. É o fim dos tempos! E isso não é uma epifania.

    Aos fatos.

    Primeiro veio a implacável Lei Seca, acompanhada de uma relevante discussão sobre bombons de licor e Listerine. Agora o Mr. Serra Montgomery Burns acaba de canetar o projeto de lei que proíbe fumar em ambientes coletivos, públicos ou privados. Sem chorumelas, vem multa pesada para aqueles que descumprirem a lei, caso entre em vigor.

    Os politicamente corretos que me desculpem, mas reconhecer que esse mundo está virando uma chatice é fundamental. E olha que eu nem fumo!

    Dentro da minha cabecinha loira, algumas poucas sinapses me permitem visualizar uma equação bem simples: menos bebida e cigarro, mais receitinhas tarja preta. Porque sentar num bar com os amigos, ou com aquela sua companhia predileta cheia de intenções, e não poder beber ou fumar, ou os dois, só pode deixar o cabra deprimido.

    Ok, no que se refere à bebida, ninguém é proibido de beber nos bares (alguém levantará a lebre), mas sim de dirigir bêbado - leia-se, com o teor alcoólico acima do permitido, como se algum teor permitido fosse -, mas cá entre nós, que graça tem um bebendo e o outro olhando? Porque alguém tem que dirigir de volta para casa e esse papo de táxi não rola. Imagine pegar um táxi todo final de semana: ABC – Vila Madá – ABC? Mais fácil guardar o dinheiro e comprar o próprio táxi!

    Na verdade, sem querer parecer egoísta, mas inevitavelmente sendo, no início não fiquei tão incomodada com a restrição no que toca às bebidas, afinal, do meu extenso grupo de amigos chegados na birita, tem o bom e velho mundano Gravata que não bebia (sim, no pretérito), e a Daniela que só pede um martinizinho por noite, para comer a azeitona.

    Não sei o que aconteceu, o mundano Gravata passou a beber assim, de repente – na verdade, ele sempre foi do contra e com sua excelente percepção extra-sensorial deve ter sacado que era melhor se safar do que estaria por vir –, e a Daniela, quando convocada para a honrosa tarefa de assumir a direção do veículo e de nossas vidas, revelou que apesar de habilitada, tem pavor de dirigir e só de chegar perto de um volante fecha os olhos, síndrome do pânico, sei lá! Ou seja, estaca zero.

    Hoje só me resta o romantismo das lembranças de uma belle époque não tão distante. Lembro-me do tempo em que encontrava os mundanos Iwai e Briganti num pé-sujo, e depois de contribuir responsavelmente para estimular o comércio de bebidas local, bem como a geração de empregos com direito a muito adicional noturno, rumávamos para uma padaria qualquer, de preferência a da esquina, e tomávamos garrafas e garrafas de Norteñas até o sol raiar ou o dono da padaria explicar que a nossa bebedeira era incompatível com as senhoras de família chegando para buscar o pão das 7h.

    Do tempo em que sobre nossas cabeças pairavam nuvens de fumaça de cigarro e à nossa frente fileiras de garrafas batiam continência, disciplinadas. Ali não éramos nós, éramos Noel Rosa, Vinícius, Tom Jobim e qualquer outro drunk da turma da bossa.

    Sobre nossas cabeças, disputando lugar com a fumaça cinzenta, idéias originais e brilhantes, que só tem espaço para nascer numa mesa de bar, alimentada pelo consumo de álcool, pelo fumo, e claro, muita leitura dos beatniks.

    posted by Dedê Ranieri @ 2:24 AM |