Nome: Dedê Ranieri
Lugar: São Bernardo, São Paulo, Brazil

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  • quarta-feira, janeiro 31, 2007


    roda da malemolência

    posted by Dedê Ranieri @ 12:04 AM |


    terça-feira, janeiro 30, 2007

    quem deixou me olhar assim
    não pediu minha permissão
    não pude evitar
    tirou meu ar
    fiquei sem chão
    menino bonito
    menino bonito ai
    ai menino
    bonito
    menino bonito
    ai
    é tudo o que eu posso
    lhe adiantar
    o que é um beijo
    se eu posso ter o teu olhar
    cai na dança cai
    vem pra roda da malemolência
    Céu

    posted by Dedê Ranieri @ 11:45 PM |


    segunda-feira, janeiro 29, 2007

    O irmão de Laurinha

    Toda vez que alguém duvidava do que dizia, Laurinha colocava uma pedra: Quem disse foi meu irmão, credenciado pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts..., como se aquilo bastasse para encerrar o assunto.
    Mas sempre tive dúvidas se era mesmo o irmão que falava, ou se usava o artifício para tornar inquestionável e definitiva qualquer abobrinha que tivesse lido em algum lugar, ou até mesmo inventado.
    Até que num dado momento, bastava dizer com sua voz de gralha, “Quem disse foi meu irmão”, para o interlocutor, ou o bando deles, completar imitando sua vozinha “... credenciado pelo Instituto Tecnológico de Massachusettssssssss”.
    O fato é que passei alguns anos ouvindo Laurinha falar do irmão, do Instituto e de todas essas teorias que nunca soube se eram mesmo assim tão indiscutíveis, ou fruto da imaginação daquela mente perversa. Pois a malvada tinha um trunfo que nos roubava qualquer argumento. Seu irmão era mesmo credenciado pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts.
    Ou ao menos morava em Boston, pois todas as vezes que chegava uma carta ou postal, a mãe de Laurinha corria mostrar para a vizinhança, e meu avô, filatelista, se tornara o portador oficial dos selos, e eles vinham da terra do Tio Sam.
    Então um dia, quando eu estava prestes a completar 16, fiquei sabendo que o irmão sabido tinha chegado na cidade, e que a família de Laurinha preparava um jantar de boas-vindas.
    Já logo imaginei como seria o tal futuro Prêmio Nobel, e certamente na minha imaginação ele usava óculos, daqueles que deixa qualquer um com cara inteligente.
    E imaginei também a faixa de boas-vindas que o esperaria na rua “Welcome Home, Sabido!”, com itálico no inglês e tudo.
    E imaginei ainda que roupa eu usaria no tal jantar, e que coisas inteligentes diria, caso o irmão ilustre me desse a honra da palavra.
    Mas um imprevisto aconteceu. Laurinha me chamou para fazer o dever de escola em sua casa, o que, se por um lado me colocava na privilegiada condição de amiga-da-irmã-do-credenciado-em-Massachusetts, por outro atrapalhava meus planos de estudar alguns temas inteligentes até a noite do jantar, como física quântica ou o controle de Israel sobre as fronteiras com a Cisjordânia.
    Então me restou passar em casa correndo, e pegar um dos livros da biblioteca do vovô. Escolhi o de poemas de um escritor argentino, presente do Dr. Altamiro, advogado amigo da família, que apesar de nunca ter estudado no Instituto Tecnológico de Mstts, nem ao menos estado em Boston, gozava de boa reputação intelectual na cidade. Logo concluí que Dr. Altamiro e Borges, o poeta argentino, seriam minha salvação.
    Na casa de Laurinha, não conseguia me concentrar no dever, ocupada em retirar os cadernos que a irmã-ilustre insistia em empilhar sobre o meu livro de poemas. Ele tinha que estar à mão para quando, a qualquer momento, o sabidão entrasse na sala.
    E ele entrou, e para minha surpresa – e certa indignação – era um rapaz bastante comum, sem os óculos da minha imaginação, com um bate-papo à toa.
    Fiquei esperando o momento em que falaria de teorias as quais eu nunca tinha ouvido, e de histórias mirabolantes que teriam acontecido com ele durante todo esse tempo em que estivera fora, mas nada. Não parecia muito interessado em repetir o que provavelmente todos queriam saber de um credenciado pelo MIT.
    Perguntou minha idade, e eu respondi “quase 16” girando a capa do livro em sua direção, o que não surtiu nenhum efeito, nem prolongou o assunto. Então perguntei se gostava de poemas, disse que estava lendo Borges e nem era para a escola.
    O irmão sabido deu de ombros, exclamou Boushit e disse que nesse ponto concordava com Bloom, “respeitado ensaísta norte-americano”, de que Borges era muito difícil de assimilar.
    Eu que nunca tinha lido nem Borges nem Bloom, e não contava que o Dr. Altamiro fosse presentear meu avô com um livro que desmoralizasse a família, inventei uma desculpa qualquer para fugir dali, com o argentino debaixo do braço.
    Estava muito confusa, mas decerto ele tinha razão. Eu ainda nem tinha 16, o Dr. Altamiro nunca tinha saído da nossa cidade, papai odiava argentinos, e ele era o irmão de Laurinha, credenciado pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts.
    ...

    posted by Dedê Ranieri @ 3:29 AM |


    domingo, janeiro 28, 2007

    posted by Dedê Ranieri @ 1:56 PM |


    quarta-feira, janeiro 24, 2007

    Presentão de Aniversário, tks!

    As mulheres de trinta - by Mario Prata

    O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram A Mulher de Trinta, do Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz:

    “Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer”.

    Madame Bovary, outra francesa trintona, era tão maravilhosa que seu criador chegou a dizer diante dos tribunais: “Madame Bovary c’ést moi”. E a Marylin Monroe que fez tudo aquilo entre 30 e 40?

    Mas voltemos à nossa mulher de trinta, a brasileira-tropicana, aquela que podemos encontrar na frente das escolas pegando os filhos ou num balcão de bar bebendo um chope sozinha.

    Sim, a mulher de trinta bebe. A mulher de trinta é morena. Quando resolve fazer a besteira de tingir os cabelos de amarelo-hebe passam, automaticamente a terem 40.

    E o que mais encanta nas de trinta é que parecem que nunca vão perder aquele jeitinho que trouxeram dos 20. Mas, para isso, como elas se preocupam com a barriguinha.

    A mulher de trinta está para se separar. Ou já se separou. São raras as mulheres que passam por esta faixa sem terminar um casamento.

    Em compensação, ainda antes dos quarenta elas arrumam o segundo e definitivo. A grande maioria têm dois filhos. Geralmente um casal. As que ainda não tiveram filhos se tornam um perigo, quando estão ali pelos 35. Periga pegarem o primeiro quarentão que encontrarem pela frente.

    Elas querem casar. Elas talvez não saibam, mas são as mais bonitas das mulheres. Acho até que a idade mínima para concurso de miss deveria ser 30 anos. Desfilam como gazelas, embora eu nunca tenha visto uma (gazela). Sorriem e nos olham com uns olhos claros. Já notou que elas têm olhos claros?

    E as que usam uns cabelos longos e ondulados e ficam a todo momento jogando as melenas para trás? É de matar.

    O problema com esta faixa de idade é achar uma que não esteja terminando alguma tese ou TCC. E eu pergunto: existe algo mais excitante do que uma médica de 32 anos, toda de branco, com o estetoscópio balançando no decote do seu jaleco diante daqueles hirtos seios? E mulher de trinta guiando jipe? Covardia.

    A mulher de trinta ainda não fez plástica. Não precisa. Está com tudo em cima. Ela, ao contrário das de vinte, nunca ficaram. Quando resolvem vão pra valer. Fazem sexo como se fosse a última vez.

    A mulher de trinta morde, grita, sua como ninguém. Não finge. Mata o homem, tenha ele vinte ou 50.

    E o hálito, então? É fresco. E os pelinhos nas costas, lá pra baixo, que mais parecem pele de pêssego, como diria o Machado se referindo a Helena que, infelizmente, nunca chegou aos 30?

    Mas o que mais me encanta nas mulheres de trinta é a independência. Moram sozinhas e suas casas tem ainda um frescor das de 20 e a maturidade das de 40. Adoram flores e um cachorrinho pequeno.

    Curtem janelas abertas. Elas sabem escolher um travesseiro. E amam quem querem, a hora que querem e onde querem. E o mais importante: do jeito que desejam.

    São fortes as mulheres de trinta. E não têm pressa pra nada. Sabem onde vão chegar. E sempre chegam. Chegam lá atrás, no Balzac: “a mulher de trinta anos satisfaz tudo”.

    Ponto. Pra elas.

    posted by Dedê Ranieri @ 10:39 PM |


    segunda-feira, janeiro 22, 2007

    O menino de dezessete / ou
    Ensina-me a Viver

    - O que você faz?
    - Sou advogada.
    - Que legal! E quanto você ganha?
    - ... ?
    - É, tipo em reais ...
    - Por que quer saber, vai me sequestrar?
    - Não, porque vou prestar vestibular.
    - Então ... Pode ganhar muito ou pouco, depende.
    - Fala aí, vai. Nem vou te sequestrar, meu pai é rico.
    - Ai menino, manda uma pergunta mais fácil.
    - Quantos anos você tem?
    - ...
    - Tá, também não pode falar.
    - Tenho muita idade, tipo 30.
    - ...
    - Eu disse, agora fica com essa cara assustada.
    - Ué, então, tipo ... você é casada?
    - ...

    posted by Dedê Ranieri @ 2:19 PM |


    domingo, janeiro 21, 2007

    isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além, já disse o cachorro louco do leminski. e eu sou assim. e só sou assim porque dou ouvidos ao poeta, e quero chegar lá. portanto, não me culpem (e desculpem) quando desapareço, não atendo telefone, não dou parabéns, feliz natal, próspero ano. é culpa dele se eu me jogo. culpa dele e tantos outros cachorros loucos que eu leio de pequena. e eu me jogo, sempre! porque desde que me descobri personagem, não consegui parar. porque não consigo gostar mais ou menos das coisas. fazer mais ou menos as coisas. gostar mais ou menos das gentes. viver mais ou menos a vida. porque quando eu vou eu vou inteira. e às vezes demoro pra voltar. mas sempre volto, com meu bloco cheio de notas e uma bic sem carga. tudo isso porque anteontem eu fiz trinta e voltei com tudo, recarregada. dizem as más linguas que ando vampirizando criancinhas. no que eu respondo que criancinha é apenas um ingrediente do caldeirão. ô mania essa do povo querer simplificar tudo.
    ...
    e eu voltei, anteontem. voltei e corri pro espelho. expectativa grande demais pra esperar o check-up anual. queria tirar a prova sozinha. análise minuciosa. nenhuma ruga ou pé-de-galinha, nenhum fio de cabelo branco, nenhuma gordura localizada, além das já existentes. frente, verso, laterais. panorâmica. nada, nada tinha mudado. então me ocorreu uma idéia simples. eu não tinha acordado trinta anos mais velha. só um dia mais velha. então desisti dessa coisa de ficar procurando as marcas do tempo. agradeci por não ter feito mamoplastia redutora aos dezessete. e fui ler no jornal o que tinha acontecido com o mundo durante todo esse tempo que fiquei fora.

    posted by Dedê Ranieri @ 10:50 PM |