segunda-feira, junho 19, 2006
Eu vi. O playboy descendo a Augusta e dobrando na Antonio Carlos. Ele segurava a mão da namorada, e com a outra um MacroSystem imaginário. Sim, porque o playboy na casa dos trinta, que descia a Augusta e dobrava na Antonio Carlos, não parecia integrado à geração iPod, e carregava no ombro um macrosystem de fazer inveja aos negrões do Harlem (da década retrasada, mas isso não importava). Ele ensaiava uns passos de rap enquanto andava, e parecia mesmo interessado em integrar o movimento hip-hop ou qualquer coisa do tipo. Ele fazia sua garota sorrir, e com o pescoço num vai-e-vem, dizia que podia ser o que quisesse, até um bom marido, mas naquela noite ele queria ser só e tão somente the street boy, arrastando os pés pela calçada. Ela se sentia protegida, só não sabia se por ele, ou pela Marcha para Jesus que acontecia a alguns metros dali. Eu me apaixonaria por aquele cara, tantas vezes eu o encontrasse. Assim, descendo a Augusta e dobrando na Antonio Carlos, fazendo sorrir a sua garota, com seu macrosystem imaginário no ombro, como os meninos do Harlem.
posted by Dedê Ranieri @ 1:32 AM
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