Nossa diferença de idade não ultrapassa vinte e seis anos, mas ainda assim minha família anda preocupada.
Não é preconceito em virtude da idade ou animosidade religiosa, e sim porque toda vez que ele vem à minha casa quebra alguma coisa.
Da última quebrou algumas lâmpadas da garagem. Com apenas dois chutes na bola.
A mãe dele pediu desculpas à minha, que por sua vez mandou o esperado "Magina, não foi nada ...".
E eu só conseguia repetir:
"Deixa o Khalilzinho treinar, ele é tão fofo!"
Depois, numa festa de aniversário em casa, uma gang de crianças presentes pediu que eu contasse uma história de terror. No meio da encenação, bem na hora em que aparecia a original e temida mulher de branco, Khalilzinho abre o maior berreiro e corre para o colo de sua mãe.
A sessão foi suspensa, não pude terminar a minha obra. Os inconformados expectadores mirins gritavam pela continuação do teatro, enquanto acusavam o arabezinho de chorão.
Eu tentava acalmar o público, ao mesmo tempo em que consolava o pequeno:
"Deixa o Khalilzinho chorar, ele é tão sensível!"
Mas a última foi para arrebentar de vez meu coração.
Ontem Khalilzinho acordou gritando, chamou pela mãe e disse ter tido um sonho muito muito horrível. A mãe perguntou que sonho era esse que deixou o menino tão desesperado.
Responde o arabezinho: "Não sei, eu tava dormindo ...".
Ai, o Khalilzinho não é um lindo?
posted by Dedê Ranieri @ 1:19 AM
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