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segunda-feira, outubro 30, 2006
A verdade é que não desejava intimidade, desejava conversa. A intimidade é um dos caminhos para o silêncio, e mrs. Crowe abominava o silêncio. Esse é um trecho extraído do Retrato de uma londrina, de Virginia Woolf. E eu buscando respostas em Jung, Freud, Lacan ... Esse tempo todo sendo acusada pelos meus amigos de pára-raio de malucos, curva de rio, dedo podre, e por aí afora, pela minha imensa capacidade de aglutinar seres de comportamento duvidoso. Malucos mesmo. Não pelos malucos inofensivos, como aquele desconhecido que apareceu na minha festa de aniversário no Bourbon, não conversou com ninguém, saiu nas fotos, e na semana seguinte, sabe-se lá como, encontrou todo mundo no orkut. Ou aquele vestido de galinha e sapato plataforma na praia de Guarapari, que me convenceu a comprar alguns livros de sua 'própria autoria', e no fim era uma apologia louca a drogas psicotrópicas (inofensivo porque o texto era ilegível!). Mas pelos malucos anti-sociais que se escondem atrás de outra personalidade, e que em algum momento geram discórdia, desarmonia nos grupos. Malucos insatisfeitos com a própria vida, que querem a sua. Com certeza você já conheceu um desses. Desde pequena desenvolvi a incrível habilidade de reunir malucos de todo tipo, e o que é pior, com gente bacana. Segundo minha amiga Marcela, isso acontece porque gosto de quantidade. E agora vem a Virginia Woolf com esse papo de que não gosto mesmo é de intimidade. Sim, porque tal como a senhora Crowe, eu abomino o silêncio.
posted by Dedê Ranieri @ 2:55 AM
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