Nome: Dedê Ranieri
Lugar: São Bernardo, São Paulo, Brazil

View my complete profile


  • Eu acompanhava a mulher loira e sorridente até o ...
  • Freedom is just another wordfor nothing left to lo...
  • ...no filme ou na novelaé o disfarce que revela o ...
  • a gente é só amigoe de repenteeu bem que podiaser ...
  • (capturada na fila do banheiro do bar )- Quanto te...
  • won't you help to singthese songs of freedom?
  • Homens essas maravilhosas máquinas de dar voadoras...
  • Era uma vez numa galáxia muito distanteum hotel de...
  • Depois que o Keith Richards revelou ter cheirado a...
  • "O destino é como um raioé certo, chega sem avisar...



  • novembro 2005
  • dezembro 2005
  • janeiro 2006
  • fevereiro 2006
  • março 2006
  • abril 2006
  • maio 2006
  • junho 2006
  • julho 2006
  • agosto 2006
  • setembro 2006
  • outubro 2006
  • novembro 2006
  • dezembro 2006
  • janeiro 2007
  • fevereiro 2007
  • março 2007
  • abril 2007
  • maio 2007
  • junho 2007
  • julho 2007
  • agosto 2007
  • setembro 2007
  • outubro 2007
  • novembro 2007
  • dezembro 2007
  • janeiro 2008
  • fevereiro 2008
  • abril 2008
  • julho 2008
  • agosto 2008
  • setembro 2008
  • outubro 2008
  • novembro 2008
  • maio 2009
  • setembro 2009
  • outubro 2009
  • novembro 2009
  • fevereiro 2010
  • março 2010
  • abril 2010
  • maio 2010
  • junho 2010
  • outubro 2010



  • Liubliu
  • Gravataí Merengue
  • Cartas de Maracangalha
  • Brenda Walsh
  • Menina com uma Flor
  • Será que funciona?
  • Um blog como outro qualquer
    mais diferente





  • quarta-feira, maio 02, 2007

    Um gim-tônica, please!

    Não sei em que maldito manual eu tinha lido aquilo, mas apliquei naquela noite. Aquela noite em que ele, mais velho e todo seguro de si, me convenceu a sair pra jantar. Não exatamente um jantar, já que decidi aceitar o convite lá pelas dez e meia de uma quinta-feira. Então ficou acertado que não era jantar. Era balada. Em alguma esquina da Juscelino ou Faria Lima, um lugar chamado Miscelânea ou algo assim, demolido faz uns bons anos. Mas não era uma balada pra dois. Só me contou na hora. Era aniversário de uma amiga dele, com pinta de ex-casinho, ou casinho atual. Acho que casinho atual da época, e ele querendo fazer ciúmes, já que a casinho tinha um marido. Ausente, mas marido e presente na festa. Piloto comercial de avião atarefadíssimo, mas marido. E eu ali toda coadjuvante, acompanhando olhares. Ele, ela, o marido. Eu fingindo distraída, cara de sonsa, deixando ele puxar pela mão e me girar na pista pra parecer mais alegria que ciúmes. You're just too good to be true Can't take my eyes of you. Mas o papo caiu bem, e meu personagem marginal foi ganhando espaço. Sorrisinho pra lá, pra cá. Oi casinho, oi marido, tô nem aí pra vocês, quero mais é dançar na pista, vocês são todos loucos mas a festa tá boa. Quando crescer quero ser igual a vocês. You'd be like a heaven to touch I wanna hold you so much. Legal sua amiga, dizia a casinho, dizia o marido. E ele tentando traçar uma curta biografia da minha pessoa, under trocentos mil decibéis: minha nova estagiária. Mentira. Estagiária do amigo-antigo-sócio, deixa pra lá. At long last love has a right And i think God i'm alive. Então é o seu batismo, cuidado com ele, dizia a casinho, dizia o marido, duelando com a música, caixa de som colada no ouvido. Então um brinde à nova aquisição, nova estagiária, quer dizer ..., sorria a casinho, sorria o marido. Sorríamos todos, voltando pra mesa. Uma bebida, garçon s'il vous plaît. Ele perguntou o que eu queria beber, eu disse coca-cola, que acordava cedo pra aula no outro dia. Mas naquela noite foi instituída uma espécie de lei-seca às avessas, legislação específica pra nossa mesa. Daí foi que eu me vi no meio daquela gente tão adulta. Ele advogado pós-graduando em qualquer coisa desportiva, a casinho arquiteta no Rui Ohtake, o marido piloto de uma empresa aérea hoje falida, e mais uma pequena multidão de gente grande. Festa estranha com gente esquisita, qual seria minha birita? Um gim-tônica, por favor! Gim-tônica?!! Torci pra que não perguntassem porquê. Nunca tinha experimentado, que ao menos fosse docinho. Fiquei sem graça, não era pra causar espanto. Era pra parecer adulto. Afinal, o que adultos malucos como vocês bebem? Uma cerveja, uma vodka, um energético, tudo na mesma comanda, please. Em que maldito manual eu tinha lido que gim-tônica era bebida de adulto? Fiquei pra lá de Bagdá na primeira dose. Sim, porque vieram outras. Quando crescer eu quero ser igual a vocês, ic. Afinal, eu não era a estagiária que amava gim-tônica? Vê mais uma garçon! E tome gim-tônica. E tome festa esquisita e gente estranha. Mais gim que tônica. Mais uma dose é claro que eu tô afim a noite nunca tem fim. Por que eu não bebo cerveja como todo mundo? Porque eu li em algum maldito manual que ... (You're just too good to be true) A RAINHA-MÃE ELISABETH AMA GIM-TÔNICA ELA JÁ TEM QUASE CEM ANOS TAÍ O SEGREDO DA LONGEVIDADE ELA É SUPER POPULAR ENTRE OS BRITÂNICOS ELA É DA NOBREZA MAS QUE BELEZA, PORQUE, PORQUE, PORQUE. Porque é cool, ora bolas! Porque eu leio manuais. Porque eu quero ser que nem vocês, ué! Em qual maldito manual eu tinha lido isso mesmo? Acordei na porta de casa, before sunrise. Ele mexendo no meu cabelo, sussurrando no ouvido: acorda estagiária, bebeu ontem que nem gente grande. Que nem gente grande, eu?! Tinha me esforçado tanto pelo reconhecimento, e de repente era só o começo de uma estranha descoberta: será que gente grande é sempre assim tão idiota?

    posted by Dedê Ranieri @ 12:06 PM |


    |