Jornal da Globo Não adianta querer ser o Delfim Netto e eu não sou o Delfim e ponto. Não adianta querer escrever sobre aquilo que eu não sei, não me aprofundei, não vivi. Então não vou escrever sobre o “déficit nominal zero” e ponto. Nem uma crítica superficial ou mais profunda sobre a mega crise política que assola o país, porque em todos os sites, jornais escritos, televisivos, e afins, tem um pseudo-cientista político para discorrer sobre os diversos aspectos da trapalhada petista, valérios, dirceus e tais. Eu também não sou uma cientista política, nem pseudo nem efetiva, mas ando a procura da idéia original para escrever um simples artigo sobre jovens e a crise política, não necessariamente nessa ordem. Mas minha veia escritora sofreu uma forte crise de identidade. Como discorrer com propriedade sobre o tema do momento – seja lá qual for a minha opinião -, sem repetir um texto que já foi escrito, sei lá, num jornal regional do interior do Maranhão? Tudo bem que talvez eu nunca soubesse do pseudo-plágio, mas e se o meu insight fosse a exata transcrição do que o Jabor escreveu ontem, e recitou no Jornal da Globo, ou enquanto eu dirijo pro trabalho ouvindo a CBN? Um horror! Minha curta carreira de (pseudo) escritora terminaria por aí, com um saldo cem por cento negativo, e a pecha de plagiadora nacional de herança para minhas próximas quatro gerações. Daí foi que decidi, diante desse absoluto excesso de informação, suspender o tal artigo sobre jovens. Fica a sugestão para um articulista mais corajoso que queira se aventurar no tema - ou que pelo menos tenha um bom advogado especializado em direitos autorais. Particularmente, sigo trabalhando num outro artigo de assunto variado: “A influência do movimento simbolista no art nouveau”*. Talvez o tema seja de pouco interesse no atual contexto político-econômico brasileiro, talvez nenhum. Mas é maior a garantia de que a minha idéia original não é plágio do inconsciente coletivo dos formadores de opinião do momento. Questão de sobrevivência!
*Art nouveau, (do francês arte nova) foi um estilo estético, artístico e arquitetônico relacionado com o movimento arts & crafts e que teve grande destaque durante a Belle époque, nas últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX. Relaciona-se especialmente com a 2ª Revolução Industrial em curso na Europa devido à necessidade de explorar os novos materiais (como o ferro e o vidro, principais elementos dos edifícios que passaram a ser construídos segundo a nova estética). Devido à forte presença do estilo naquele período, este também recebeu o apelido de modern style (do inglês, estilo moderno).
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